21 de nov. de 2010

Templos do consumo japonês: MUJI

MUJI é a resposta do capitalismo japonês ao lema durdenliano "deliver me from Swedish furniture!". Ainda é algo produzido em massa em algum lugar da China, com materiais baratos e design metido a moderninho (um moderninho anos 60, mas ainda assim moderninho). Da mesma forma que a Ikea, são produtos quase descartáveis e todas as lojas do planeta são assustadoramente parecidas, se não iguais.

Mas há um ponto que a torna particular, a MUJI propaga algo muito bacana, a filosofia do no-logo. Pague um preço decente por algo prático, que funcione ou por uma roupa básica, sem ter que pagar a mais por uma marca, um designer ou um logotipo. Em lugar de pagar para fazer publicidade alheia, pagar pelo produto, e só. A empresa foi inaugurada em 1991 e hoje se consolidou no exterior pelo design, mas aqui dentro ela é forte pela relação custo-benefício.

É talvez um retrato da juventude do Japão atual, que superou a fantasia da bolha. Em um lugar onde a obsessão com marcas é tão intensa, onde há a maior concentração de Louis Vuitton por km2 do planeta, a MUJI é revolucionária, quase subversiva. Quase vale a pena pagar a mais por isso.

Um comentário:

  1. Sou fã da Muji!!! Felizmente, tem uma loja deles aqui em Roma.

    Abraço forte pra vocês

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